O presidente Jair Bolsonaro atacou novamente os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e mostrou que não aprendeu nada sobre autocontrole e respeito nos últimos meses. Nesta quinta-feira, 31, durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente atacou o STF sem citar nomes.
“Se não tem ideia, cala a boca. Bota a tua toga e fica aí sem encher o saco dos outros. Como atrapalham o Brasil”, esbravejou.
A covardia de Bolsonaro não tem limites. Insatisfeito com a atuação do STF, que não se importa com as ideologias de governo e faz seus julgamentos de forma isenta, o presidente insiste em atacar, ofender e, dessa vez, subiu ainda mais o tom mandando que calem a boca.
Cale a boca já morreu, Bolsonaro.
Em período pré-eleitoral, o presidente dá uma clara demonstração de seu descontrole e radicalismo. Falando para meia dúzia de seguidores fanáticos que idolatram seus ideais cegamente, Bolsonaro acha que sua opinião é a da maioria.
Mas não é.
O STF é respeitado e tem atuado para garantir a defesa da Constituição, coisa que o atual presidente finge desconhecer.
Com uma frase bizarra, Bolsonaro foi para o ataque e lembrou a postura absurda que teve no dia 7 de setembro de 2021, quando a crise institucional chegou ao seu ápice.
Naquele dia, durante manifestações antidemocráticas, o presidente se levantou para ameaçar o STF.
O que incomoda Bolsonaro é que o Supremo não está nem aí para quem ele é. A mais alta corte do país não julga pessoas, e sim a lei.
E o presidente tem sido alvo – até recentemente – de pressão porque não cumpre a lei.
O ministro Luís Roberto Barroso, por exemplo, determinou que a União divulgue dados de questões relacionadas à saúde, mas também as informações epidemiológicos e populacionais indígenas, em um formato semelhante ao utilizado sobre os demais brasileiros.
Já a ministra Cármen Lúcia criticou os projetos ambientais que o governo defende, chamando de “destruição constitucional pela cupinização”.
Rosa Weber também não abaixou a cabeça para o presidente e recusou o arquivamento de um processo alegando que Bolsonaro não tem “a prerrogativa da inércia, nem o direito à letargia”.
São muitos os exemplos de atitudes erradas de Bolsonaro que obrigam os ministros a agirem.
Se alguém precisa calar a boca é o líder do país, que esquece o tamanho da cadeira que ocupa e prefere criar “intrigas” com aqueles que estão, de fato, trabalhando.