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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Ministro do STF defende preservar a perícia criminal no CPP

Alexandre de Moraes conversou sobre o assunto com o deputado João Campos, relator do projeto de reforma do Código de Processo Penal

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 Maio 2021, 10h22

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta quarta-feira, 19, que é preciso manter na legislação brasileira as atuais normas sobre a cadeia de custódia e que também é necessário dar importância à atividade de perícia criminal. 

O magistrado contou que já disse o mesmo ao deputado federal João Campos (Republicanos-GO), relator do projeto de reforma do Código de Processo Penal (CPP). A fala de Alexandre de Moraes sobre o assunto aconteceu na abertura do “Seminário de Cadeia de Custódia”, organizado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF).

“Conversei com o deputado João Campos sobre a importância da manutenção integral dessa cadeia de custódia. Nós precisamos nos adaptar às melhores regras internacionais da cadeia de custódia, e não o inverso. No primeiro momento, pode ser mais difícil essa adaptação, mas isso será um avanço para a segurança jurídica da persecução penal”, afirmou Alexandre de Moraes.

O relatório apresentado por João Campos para a reforma do CPP, segundo a APCF, terá como consequência prática o enfraquecimento da perícia criminal, uma vez que o texto tira da lei, entre outros pontos, a imprescindibilidade da perícia e a possibilidade de anulação de investigações realizadas sem a submissão dos vestígios à análise cientifica, imparcial e equidistante das partes que deve ser feita, de acordo com a lei atual, por peritos oficiais de natureza criminal.

O presidente da APCF, Marcos Camargo, tem afirmado que “excluir a perícia contraria valores básicos do Estado de Direito, como o direito do cidadão à produção de prova”. Ele também explica que “os peritos criminais são sujeitos, no que couber, às mesmas regras de imparcialidade que os juízes, podendo responder criminalmente por eventuais equívocos”.

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No evento, o ministro Alexandre de Moraes lamentou que a perícia criminal, em muitos lugares do país ainda seja relegada a um “terceiro plano”. “Não é possível conseguirmos avançar na persecução penal e no combate à criminalidade, principalmente organizada, se não investirmos na atividade pericial”.

Também participaram da mesa de abertura do evento o perito criminal federal Ricardo Guanaes, diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INC), e o deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT-MG).

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