O desperdício de R$ 7,6 bilhões em alimentos em supermercados
Baixa eficiência operacional é desafio para o setor, que busca soluções
A operação dos supermercados atuantes no país desperdiçou cerca de 7,6 bilhões de reais em alimentos bons para o consumo em 2022, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em conjunto com o instituto NielsenIQ. Também é apontado que a eficiência operacional do setor cresceu apenas 3 pontos percentuais, passando de 12% em 2022 para 15% em 2023. O problema persiste apesar de 78% dos supermercados brasileiros possuir programas de combate ao desperdício de alimentos antes do descarte final: quase 98% reduzem preços, 90% utilizam os produtos em produções próprias, mais de 81% aproveitam os alimentos em refeitórios ou rotisseria, e 69% vendem os itens de forma fracionada.
Neste contexto, novas iniciativas envolvendo o terceiro setor têm buscado mitigar o desperdício de alimentos em paralelo com índices substanciais de desnutrição no país. A startup Infineat redireciona alimentos bons para consumo que iriam para o lixo a pessoas de baixa renda que passam por insegurança alimentar. Para isso, intervém em processos do gerenciamento operacional de supermercados, do treinamento de equipes à armazenagem de itens, coordenação logística com instituições e análise de dados de cada produto coletado.
“O descarte é quase sempre feito de maneira inadequada, em lixões e aterros sanitários, gerando um alto custo de descarte, custo ambiental e um custo de ineficiência operacional. Sem contar o custo reputacional, tanto para dentro, quanto para fora das empresas”, diz Alexandre Vasserman, CEO da Infineat. A startup redirecionou 28 milhões de reais em alimentos à população mais pobre ao longo de dois anos e meio de atuação.
Siga o Radar Econômico no Twitter