Indicado pelo presidente Lula para o STF no dia 1º, o advogado Cristiano Zanin Martins será sabatinado na CCJ do Senado a partir das 10h desta quarta. E deve ter vida fácil para se tornar o novo ministro do Supremo, na vaga de Ricardo Lewandowski.
A projeção mais conservadora dos governistas é que o advogado de Lula terá pelo menos 60 votos na votação no plenário. Há quem fale em 70 dos 81 votos. Para ser aprovado, ele precisa de pelo menos 41.
Com a previsão generalizada de um resultado confortável, a avaliação no Senado é que a oposição ficaria constrangida em votar contra a indicação e ficar marcada pelo placar — apesar de a votação ser secreta, eventualmente um número maior que o esperado de votos contrários deixaria pouca margem para interpretar quem seriam seus autores.
O líder da oposição na Casa, Rogério Marinho (PL-RN), e a líder do PP, Tereza Cristina — ambos ex-ministros do governo Bolsonaro —, são tidos como votos ainda indefinidos.
Ambos receberam a visita de Zanin em seus gabinetes para conversas reservadas.
O indicado ao Supremo também participou na semana passada de um almoço com os senadores do Republicanos oferecido pelo presidente do partido, Marcos Pereira.
Mais que o currículo acadêmico de Zanin, pouco vistoso em comparação ao de ministros atuais e passados do STF, o que impressiona o mundo político é seu sucesso na defesa de Lula.
Nenhum dos partidos de oposição orientou voto contra a indicação. Há uma avaliação de que, como a aprovação do advogado para a vaga no STF é dada como certa, um placar amplamente favorável sinalizaria a disposição dos senadores ainda ligados a Bolsonaro para uma reaproximação institucional com a Corte.