A arquiteta por trás de alguns dos principais restaurantes luxuosos de SP
Ticiane Lima está à frente das obras do Tasca do Zé e da Maria e do Kaspia

Ticiane Lima, 38 anos, vem se vem se consolidando como um dos principais nomes da arquitetura gastronômica em São Paulo. Capa da VEJA São Paulo pelo prêmio da revista na CASACOR paulistana, Ticiane agora está à frente de um dos maiores projetos de restaurante: Tasca do Zé e da Maria e do Kaspia – ambos em fase de obras. A arquiteta também foi responsável pela obra do Makoto Cidade Jardim. Em entrevista à coluna GENTE, ela fala sobre o processo por trás da criação dos restaurantes.
Qual vai ser a identidade visual desses novos projetos? Cada projeto tem uma identidade única, pois minha abordagem sempre parte do respeito ao briefing e da construção conjunta com o cliente. Meu objetivo é traduzir a essência de cada restaurante em espaço que potencialize sua experiência gastronômica. No entanto, há elementos que marcam minha assinatura, como o viés minimalista, a sofisticação dos materiais e uma composição equilibrada entre tradição e contemporaneidade. Sempre busco imprimir bossa e refinamento, criando ambientes que dialoguem com a proposta do restaurante e encantem seus visitantes.
Em que se inspira? Cada projeto tem uma essência, e minha missão é traduzi-la em arquitetura. No caso do Makoto, por exemplo, mergulhei na cultura japonesa, inspirando-me nos conceitos de ikigai – a busca pelo propósito e equilíbrio – e na técnica tradicional Kumiki, que expressa a precisão e a harmonia das conexões. Busquei referências no minimalismo e na sofisticação discreta que caracterizam esse universo, criando espaço que reflete tradição japonesa de forma contemporânea, com atmosfera elegante para a experiência gastronômica. Já para o Tasca, a imersão foi na culinária portuguesa, guiada pelo briefing do cliente, que desejava ambiente leve.
Quais são os diferenciais desses novos projetos? Os projetos trazem novas propostas para cada restaurante, respeitando suas identidades e ampliando a experiência do público. No Caviar Kaspia, o ambiente será mais descolado, com pratos leves e drinks que dialogam com essa atmosfera descontraída. Queremos nos afastar da rigidez da gastronomia francesa tradicional e criar um espaço mais fluido e contemporâneo. A Tasca ganhará uma forte conexão com a cultura portuguesa, destacada por um mural de azulejos pintados à mão, que traz a tradição em um olhar renovado.
E qual foi a inspiração para a arquitetura do Makoto? No Makoto, buscamos manter a harmonia que já o caracteriza, um ambiente onde as pessoas realmente querem estar, seja pela estética envolvente, pelo conforto ou pela conexão entre arquitetura e experiência gastronômica.
Como define seu estilo? A minha arquitetura é leve, mas sempre com bossa – uma identidade que transcende estilos e se adapta a diferentes culturas sem perder a essência. Busco criar espaços que não apenas impressionem visualmente, mas que contem histórias e traduzam a alma de cada projeto. Seja em um restaurante contemporâneo ou em um ambiente de inspiração clássica, minha assinatura está na harmonia entre materiais nobres, iluminação estratégica e um design que equilibra sofisticação e acolhimento. Cada detalhe é pensado para enriquecer a experiência, tornando cada espaço memorável e único.