O que esperar dos desfiles do Grupo Especial neste domingo na Sapucaí
Porto da Pedra, Beija-Flor, Salgueiro, Grande Rio, Tijuca e Imperatriz brilham na avenida
Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro começam neste domingo, 11. Seis escolas iniciam hoje o momento mais aguardado do ano para os sambistas. São elas: Porto da Pedra, Beija-Flor, Salgueiro, Grande Rio, Tijuca e Imperatriz. A seguir, o que esperar de cada uma delas.
Porto da Pedra – Campeã em 2023 do grupo de acesso, ou a Série Ouro, está voltando ao Grupo Especial após 12 anos. Sua missão é de se manter na elite, mesmo sem a estrutura das demais. O enredo Lunário Perpétuo: a Profética do Saber Popular, do carnavalesco Mauro Quintaes, trata de Lunário Perpétuo, um almanaque-guia para a medicina, agricultura e pecuária, que remete à era medieval, no século XIV. Escrito na Espanha, veio para o Brasil e, durante 200 anos, foi o livro mais lido no Nordeste.
Beija-Flor – A azul e branco vem de um amargo quarto lugar no ano passado, mas com um novo carnavalesco: João Vitor Araújo – pupilo de Rosa Magalhães. O enredo vai homenagear a cidade de Maceió por meio do personagem Rás Gonguila, filho de escravizados que acreditava ser descendente da realeza etíope e fundou um bloco de Carnaval na capital de Alagoas. Como pontos fortes: o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Claudinho e Selminha Sorriso, além do canto da escola.
Salgueiro – Em 2024 a escola desfila com um enredo de forte apelo político. Vindo de um sétimo lugar no ano passado, o carnavalesco Edson Pereira aposta em Hutukara, que significa na língua yanomami “o céu original a partir do qual se formou a terra”. A escola tijucana pretende exaltar a mitologia Yanomami e levantar a bandeira pela defesa da Amazônia. No desfile são esperados a presença de Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários, Joênia Wapichana, presidente da Funai, Alessandra Sampaio, viúva do jornalista Dom Phillips e yanomamis no último carro da escola.
Grande Rio – Campeã em 2022 com um desfile antológico sobre Exu, obteve sexto lugar em 2023. O enredo para 2024 propõe reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria. Nosso destino é ser onça, assinado pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, se inspira na narrativa mítica do livro do escritor Alberto Mussa. Como pontos altos para esse ano estão o samba cadenciado e as fantasias.
Tijuca – Na experiência do carnavalesco Alexandre Louzada, a Tijuca precisa surpreender após ficar três vezes em nono lugar. O enredo O conto de fados fala sobre as lendas relacionadas à história de Portugal. O tema, assim como o samba-enredo, não agradou muito aos mais ligados no universo do samba.
Imperatriz – Campeã de 2023 e forte candidata ao bicampeonato, a Imperatriz fecha com chave de ouro a primeira noite de desfiles. O enredo Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda, desenvolvido pelo carnavalesco-sensação do momento, Leandro Vieira, conta a história de um cordel escrito há mais de 100 anos pelo poeta paraibano Leandro Gomes de Barros. Na obra, o autor constrói o testamento de uma cigana.