As cinco apostas de Lula para reverter sua impopularidade
Dentre as apostas do governo para melhorar a aprovação apenas uma já está funcionando

Iniciativas como o programa Gás para Todos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5.000 reais, a reformulação do crédito consignado privado, a amplificação do Farmácia Popular e o pagamento do programa Pé-de-Meia para estudantes do ensino médio são as principais apostas do presidente Lula para reverter a impopularidade que se abateu sobre seu governo.
Pesquisa do Datafolha, divulgada na sexta-feira passada, mostrou que Lula nunca esteve tão em baixa, e seu índice de aprovação é de 24%. Os erros de comunicação, a crise do Pix e a inflação dos alimentos são alguns dos motivos que podem ter derrubado a popularidade do governo petista.
Apenas uma aposta funcionando
Dentre as apostas do governo para virar o jogo, no entanto, apenas uma já está funcionando: a ampliação do Farmácia Popular. O programa passou a oferecer 41 medicamentos gratuitos, incluindo fraldas geriátricas e um novo remédio para diabetes. O orçamento do programa para 2025 é de 3,8 bilhões de reais.
O programa Gás Para Todos, que vai subsidiar gás para 22 milhões de pessoas, está com o projeto “quase pronto”, segundo Lula. Em discurso durante a inauguração de unidades habitacionais, em Macapá, na quinta-feira 13, o presidente criticou o preço do botijão de gás de cozinha no país e prometeu enviar o projeto ao Congresso Nacional. “O gás sai da Petrobras a 36 reais e esse mesmo gás sai da distribuidora a 130 reais”, disse Lula. O orçamento inicial é de 3,5 bilhões de reais, mas o custo pode chegar a 10 bilhões de reais para atender 22 milhões de famílias.
Principal promessa de campanha, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5.000 reais é outra aposta do governo. O impacto fiscal é estimado em 35 bilhões de reais. Para compensar a perda de receita, a equipe econômica discute o aumento da tributação sobre os mais ricos. A proposta enfrenta resistência no mercado financeiro e no Congresso. Mesmo que aprovada em 2024, só entrará em vigor em 2026.
O governo também planeja reformular o crédito consignado privado, permitindo a concessão via eSocial para trabalhadores da iniciativa privada. O saldo atual do consignado privado é de 40 bilhões de reais, e os bancos estimam que o volume pode triplicar com a mudança. O objetivo do governo é baratear os empréstimos consignados, modalidade de empréstimo pessoal em que as parcelas são descontadas diretamente dos vencimentos do empregado. A promessa do governo é colocar a proposta de pé ainda neste ano.
No Pé-de-Meia, programa de bolsas para estudantes do ensino médio, os pagamentos foram destravados, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os gastos precisam ser incluídos no Orçamento, o que pode comprometer sua continuidade. O TCU liberou 6 bilhões de reais destinados ao pagamento do programa Pé-de-Meia, e o governo terá 120 dias para que os valores sejam incluídos no Orçamento.