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Cada emprego criado pela tarifa do aço de Trump, em 2018, custou US$ 380 mil

Em 2018, quando exercia seu primeiro mandato, Trump impôs uma taxa de 25% sobre a importação do aço e preço no mercado americano subiu 19%

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 fev 2025, 16h35

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu novas medidas protecionistas nesta quarta-feira 19. O alvo da vez são as importações de automóveis, semicondutores e medicamentos. O republicano indicou que pode impor tarifas de 25% sobre esses produtos, em linha com as medidas que anunciou nos últimos dias. À medida que assina atos ordenando taxas sobre tudo o que outros países vendem ao país, economistas e empresários americanos temem uma disparada nos custos de produção. Um exemplo do que a ofensiva pode causar é o que ocorreu em 2018, quando Trump, então em seu primeiro mandato, estabeleceu uma tarifa de 25% sobre a importação de aço.

Segundo o centro de estudos Peterson Institute, a medida custou caro aos setores que utilizam o aço em seus produtos. O preço médio da commodity aumentou 19% naquele ano nos Estados Unidos. Como a produção das siderúrgicas americanas cresceu 13,5%, a alta dos preços indica que o setor aproveitou para elevar as margens de lucro. O instituto calcula que a sobretaxa gerou ganhos extras de 2,4 bilhões de dólares às usinas locais. O lucro total do setor saltou mais de 60% naquele ano.

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É verdade que o protecionismo trumpista ajudou o setor siderúrgico dos Estados Unidos a criar 8 700 empregos em 2018. Esta é a parte que os apoiadores de Trump mostram a quem critica as sobretaxas. O outro lado, contudo, é que as tarifas elevaram os custos das empresas que utilizam aço em seus produtos. O Peterson Institute estima que, naquele ano, as companhias nessa situação pagaram 5,6 bilhões de dólares a mais para suprir suas necessidades.

Feitas as contas entre os lucros gerados para a siderurgia americana e os custos extras dos setores que dependem da commodity, o Peterson Institute calcula que cada emprego criado pela tarifa do aço, em 2018, custou aos consumidores americanos 380 000 dólares. Não é por acaso, portanto, que, tempos depois, Trump trocou as sobretaxas por um sistema de cotas de importação de produtos siderúrgicos.

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O fantasma da inflação é o que mais assusta os economistas críticos à guerra comercial deflagrada pelo republicano. Após anunciar, no mês passado, o estabelecimento de uma taxa de 25% sobre todas as importações provenientes do Canadá e do México – posteriormente adiada por 30 dias -, Trump voltou ao ataque na semana passada. Na segunda-feira 10, assinou uma ordem revogando o sistema de cotas e restabelecendo a cobrança de 25% sobre todo o aço e alumínio importado pelos Estados Unidos. A medida entrará em vigor em 12 de março, e o Brasil deve ser um dos mais penalizados, já que é o segundo maior fornecedor de aço para os americanos, atrás apenas do Canadá.

Na última quinta-feira, 13, o republicano reforçou a investida ao assinar um memorando determinando que diversos órgãos do governo federal analisem as disparidades entre as taxas cobradas pelos Estados Unidos sobre os produtos que importa, e as que o país paga para exportar para seus parceiros comerciais. O objetivo é estabelecer reciprocidade tarifária, igualando as tarifas. O etanol de cana de açúcar brasileiro será um dos mais afetados pelas tarifas recíprocas, e foi usado como exemplo por Trump na ocasião. Enquanto o produto brasileiro paga uma taxa de 2,5% para entrar nos Estados Unidos, o etanol de milho americano é taxado em 18% pela alfândega verde-amarela.

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