A Força Sindical e UGT, duas das três maiores centrais sindicais do país, ainda dão como certo que o acordo para aprovar a reforma trabalhista no Congresso será mantido. Logo após a reforma ser aprovada no Senado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o primeiro na linha sucessória do presidente Michel Temer, publicou em seu Twitter que não reconhecerá nenhuma medida provisória que modifique pontos do texto.
Essa declaração fere o acordo negociado pelo líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), com o aval de Temer, que prometia que pontos polêmicos da reforma seriam alterados por MP ou vetados, como o trabalho de grávidas e lactantes em local insalubre.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, diz que conversou com Maia hoje de manhã e que ele se comprometeu a manter o acordo. “Ele garantiu que, chegando lá, vai colocar a MP em debate”, relatou a VEJA. “O que está conversado está acordado.”
Para Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a negativa pública de Maia foi uma manifestação política, o que não deve comprometer o que foi acordado com as centrais. “Ele vai ser leal ao governo, não vai voltar atrás no compromisso”, disse à reportagem.
As duas centrais querem reverter sete pontos que consideram prejudiciais na nova lei, como o fim do imposto sindical. A ideia era criar uma espécie de taxa negocial que seria aprovada em assembleia de trabalhadores.
O presidente Michel Temer vai sancionar as mudanças nas leis trabalhistas na quinta-feira, segundo o ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira. Em entrevista para a Rádio Gaúcha, Nogueira afirmou que lei será chancelada com vetos a pontos polêmicos e outras alterações serão feitas depois por MP.