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Estrangeiros já injetaram R$ 3,7 bilhões na Bolsa em janeiro, mas é cedo para festejar

Saldo dos estrangeiros é quase quatro vezes maior que o de dezembro, mas operações foram concentradas na compra das ações da Vale detidas pela Cosan

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jan 2025, 09h02 - Publicado em 22 jan 2025, 08h51

Os investidores estrangeiros já acumulam um saldo líquido positivo de 3,7 bilhões de reais na Bolsa em janeiro. A cifra refere-se à diferença entre o total de compras e de vendas realizadas no período de 1º a 20 deste mês, que contou com treze pregões. O montante é quase quatro vezes superior ao dos treze primeiros pregões de dezembro, que somaram um saldo positivo de 1 bilhão de reais.

Tradicionalmente, os investidores internacionais são uma força decisiva para direcionar o sobe-e-desce das ações no mercado brasileiro ao responder pela maioria dos negócios. No ano passado, por exemplo, os estrangeiros registraram vendas líquidas de 24,9 bilhões de reais – o primeiro saldo negativo desde 2019, segundo a consultoria Elos Ayta. Não por acaso, a fuga foi fundamental para que o Ibovespa, principal índice da B3, afundasse 10% em 2024.

A debandada foi motivada tanto por fatores domésticos, quanto internacionais. No Brasil, o crescente descontrole da dívida pública e os sinais erráticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre sua disposição de ajustar as contas acenderam um alerta nas mesas de operação da Faria Lima e do exterior.

Ao mesmo tempo, o Banco Central acelerou a alta da taxa básica de juros, a Selic, que terminou dezembro em 12,25% ao ano. Para piorar, a autoridade monetária surpreendeu o mercado com o tom duro da última ata, que já promete duas altas de 1 ponto percentual cada no início de 2025, caso as expectativas de inflação sigam se afastando da meta de 3%.

No plano internacional, os estrangeiros foram atraídos para os títulos de dívida dos Estados Unidos, motivados pela expectativa de que a política econômica de Donald Trump, que retornou à Casa Branca nesta segunda-feira 20, será inflacionária e levará o Federal Reserve a moderar o ritmo de cortes. Hoje, a taxa de juros americana está na faixa de 4,25%  4,50% ao ano – irrisória para os padrões brasileiros, mas ainda alta para os países desenvolvidos.

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Estrangeiros concentram compras na Vale e ajudam Ibovespa

Assim, o retorno dos estrangeiros ao mercado de ações brasileiro pode ajudar na alta do Ibovespa. Os quase 4 bilhões de reais que já aportaram na Bolsa em janeiro contribuíram para que o índice acumule uma alta de 2,4% no mês e recupere o patamar dos 123 000 pontos, abaixo do qual operava desde o último 17 de dezembro.

Ainda é cedo para comemorar, contudo. Das 13 sessões realizadas neste mês, os investidores internacionais encerraram com saldo positivo em apenas cinco. Além disso, as entradas foram concentradas em duas sessões. Na do dia 16, os estrangeiros foram atraídos pela venda de ações da Vale em poder da Cosan, um negócio que movimentou 9 bilhões de reais e zerou a posição da empresa de Rubens Ometto na mineradora.

A prova do interesse internacional na operação é que os fundos de investimento gringos ficaram com a maioria dos papéis. O americano Fidelity levou 31% das ações vendidas, seguido pelo conterrâneo Asher (6%) e pelo francês Capital (6%), segundo o jornal O Globo. Com isso, os estrangeiros deixaram um saldo líquido positivo de 6,5 bilhões de reais na B3 em 16 de janeiro. De acordo com o Valor Data, banco de dados do jornal Valor Econômico, trata-se do maior saldo diário desde 2012, quando iniciou sua série histórica.

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