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Inflação começará a ceder no fim do ano, mas meta só será cumprida em 2027, diz Banco Central

Relatório Trimestral de Política Monetária do Banco Central mostra que a inflação continuará acima do teto da meta até março de 2026

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 mar 2025, 11h57 - Publicado em 27 mar 2025, 11h00

A inflação que castiga os brasileiros e se mantém acima do teto da meta de 4,5% só começará a ceder no quarto trimestre. Até lá, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial, permanecerá acima do teto da meta. O Banco Central (BC) estima que, em junho, a inflação acumulada em 12 meses seja de 5,5%, subindo para 5,6% em setembro e recuando para 5,1% em dezembro. Mantidas as condições atuais, o IPCA só voltará a ficar abaixo do teto da meta em março do ano que vem, com um acumulado de doze meses de 4,3%.

Mas o caminho para alcançar os 3% que representam o centro da meta será longo. De acordo com o Relatório Trimestral de Política Monetária divulgado pelo BC nesta quinta-feira 27, a inflação só deve se aproximar dessa marca no fim de 2027. Para complicar o trabalho do BC, no terceiro trimestre de 2026, que delimita o atual horizonte relevante para as decisões de política monetária, o IPCA é projetado em 3,9%, também acima do centro da meta.

Apesar do ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, o BC sinaliza que as projeções se deterioraram em relação ao último relatório de política monetária, divulgado em dezembro. “A projeção para 2025 aumentou 0,6 p.p. [ponto percentual] em relação ao Relatório anterior, enquanto para o terceiro trimestre de 2026 aumentou 0,1 p.p. Neste último horizonte, houve aumento das projeções da inflação de preços livres e redução da de preços administrados”, afirma a instituição. Nesse contexto, o BC classificou como “desafiadora” a convergência da inflação para o centro da meta.

Entre os fatores que continuarão pressionando os preços, a instituição cita os alimentos. “Os preços da alimentação no domicílio devem seguir pressionados, mesmo com alguma moderação em alimentos industrializados em comparação aos últimos meses”, diz o relatório do BC. Alimentos in natura, que apresentaram um comportamento mais ameno recentemente, devem voltar a subir em ritmo mais intenso em resposta à sazonalidade. A carne bovina também seguirá cara, em função da pouca oferta de boi gordo neste ano e da demanda internacional aquecida.

A pressão dos alimentos foi captada também pelo IPCA-15 de março, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é a prévia da inflação deste mês e subiu 0,64%, abaixo do 1,23% reportado em fevereiro. Apesar da desaceleração, a alimentação no domicílio encareceu 1,25%. Novamente, os ovos foram os grandes vilões, com alta de 19,44%, seguidos pelo tomate (12,57%) e pelo café moído (8,53%).

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Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a diretoria do BC decidiu elevar a Selic em mais 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Com isso, concluiu os movimentos sinalizados em dezembro, quando a última reunião conduzida por Roberto Campos Neto apontou para duas altas de 1 ponto percentual, começando na reunião de janeiro. Agora, sob o comando de Gabriel Galípolo, o BC sinalizou em março que a Selic deve continuar subindo, embora em ritmo menor.

Veja o Relatório Trimestral de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira 27 pelo Banco Central:

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