Influenciada pelo reajuste no preço dos medicamentos, a inflação chegou a 0,57% em abril, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a variação acumulada está em 2,09%.
Houve desaceleração em relação a março, quando a alta registrada foi de 0,75%. Porém, o resultado é o pior para o mês de abril em três anos. Em 2016, o índice ficou em 0,61% no mês e 3,25% no quadrimestre. Na época, havia a tensão política e econômica em torno do impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Com o resultado de abril, o acumulado em doze meses avançou para 4,94%, contra os 4,58% nos doze meses imediatamente anteriores. O resultado é distante do centro da meta do governo definida para 2019, que é de 4,25%, mas dentro da margem de erro, que é de um ponto porcentual para mais ou para menos.
Remédios
Uma das principais altas, o preço médio dos medicamentos subiu 2,25%. Em 31 de março, o governo autorizou aumento máximo de 4,33% nos remédios. Os itens de higiene pessoal (2,76%) e plano de saúde (0,80%), fizeram que a grupo de saúde e cuidados pessoais tivesse o maior aumento do mês: 1,51%.
A alta no preço da gasolina (2,66%) também influenciou na inflação do mês. O grupo de transportes também registrou aumento no preço das passagens aéreas (5,32%) e dos ônibus urbanos (0,74%), que foram reajustados em Goiânia, Salvador, Porto Alegre, Recife e Curitiba. Também influenciou o grupo, o reajuste de 27,3% dos trens, em Porto Alegre, e de 6,98% do metrô, no Rio de Janeiro.
Já a inflação dos alimentos e bebidas desacelerou. Em março, foi de 1,37% contra 0,63% em abril. Colaboraram para a desaceleração a queda do feijão-carioca (-9,09%) e das frutas (-0,71). Alguns alimentos, no entanto, ainda pesam no bolso do consumidor, como o tomate (28,64%), frango inteiro (3,32%) e cebola (8,62%).
Segundo o gerente da Pesquisa, Fernando Gonçalves, os alimentos e os transportes já vinham se destacando nos últimos meses, cenário se repetiu em abril: “no resultado do mês, a novidade foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que não tinha aparecido nos últimos meses. De qualquer modo, isso reflete o aumento anual dos medicamentos, que ocorre no final de março”.
De acordo com Gonçalves, o índice deve acelerar novamente em maio, por causa da influência do aumento de 3,43% no preço do botijão de gás nas refinarias. A bandeira amarela, que acrescenta 1 real a cada 100 kw/h, nas contas de energia elétrica também devem influenciar nos custos de habitação neste mês.