ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Picanha ou abobrinha? Veja os vilões da inflação de alimentos nas últimas semanas

Neste início de ano, está menos caro ser carnívoro do que vegetariano, segundo o IBGE. Alta dos alimentos pressiona Lula e a equipe econômica

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jan 2025, 11h31 - Publicado em 24 jan 2025, 11h00

O IPCA-15 de janeiro, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,11%. Embora represente uma desaceleração em relação ao 0,34% registrado em dezembro, o número frustrou a maioria dos economistas. Na média, as projeções de mercado apontavam para uma leve deflação (recuo dos preços) de 0,01%. Os alimentos estiveram entre os grandes vilões neste início de ano.

A julgar pelos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira 24, está menos caro ser carnívoro do que vegetariano. Isso porque os vegetais dominam a lista dos 15 alimentos que mais subiram de preço na primeira quinzena de janeiro. A campeã de inflação foi a abobrinha, com uma disparada de 22,5%. Maracujá (+18,9%), cenoura (18,5%), tomate (17,1%) e melancia (10,5%) completam a relação dos cinco produtos que lideraram a inflação de alimentos.

 

Isso não significa que os carnívoros puderam curtir o churrasco no fim de semana sem pensar no bolso. A carne de carneiro liderou as altas nessa categoria, com 6,4%, seguida pelo filé-mignon (+6%), capa de filé (+4,7%) e lagarto (+3,8%). A picanha completou a lista das cinco carnes que mais subiram em janeiro, com alta de 2,7%. A evolução dessa carne é acompanhada com lupa por opositores e pela população em geral, desde que entrou para o anedotário político ao protagonizar uma das promessas de Lula durante a campanha eleitoral de 2022, quando o então candidato afirmou que os brasileiros voltariam a comer picanha e tomar sua “cervejinha”.

Continua após a publicidade

Outros tipos de carne também ficaram mais caras. A população está pagando 5,7% mais pelo peixe-filhote, 4,8% mais pelo dourado e 3,1% pelo frango inteiro, segundo o IBGE.

O peso dos alimentos no IPCA-15 joga ainda mais pressão sobre Lula e a equipe econômica. Nesta semana, o governo iniciou uma mobilização para estudar medidas para conter a inflação dos alimentos. Nesta sexta-feira 24, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente e outros ministros se reúnem para avaliar sugestões.

O caso já causou faíscas na comunicação de Brasília, após o chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmar que o governo estudava “intervenções” para conter os preços. A declaração gerou péssimas repercussões, já que o termo é associado às medidas desastrosas de governos passados que, nos anos 1980 e 1990, tentaram segurar a alta dos alimentos com medidas heterodoxas, como o congelamento e o tabelamento de preços. A reação levou Costa a afirmar, horas depois, que havia se expressado mal e, para encerrar a polêmica, estava trocando a palavra “intervenção” por “medidas”.

Ontem, Haddad também veio a público parar desmentir boatos de que o governo pode usar medidas fiscais, como isenções e subsídios, para baratear os alimentos. Haddad atribuiu os rumores a operadores de mercado descontentes com a recente queda do dólar e que esperavam que o boato voltasse a pressionar o câmbio, já que a disparada da moeda americana em 2024 deveu-se, em grande parte, à desconfiança dos investidores de que Lula não estaria comprometido, de fato, com o controle fiscal.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.