Preço do ovo dispara 15% em fevereiro e Curitiba registra maior alta
Capital paranaense viu produto encarecer quase 24% em um mês; veja lista por capitais

Novo vilão da inflação de alimentos, o ovo de galinha encareceu mais de 15% nos supermercados brasileiros durante o mês de fevereiro, mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira 12.
O produto acumula alta de 16,4% em 2025 e de 10,4% em 12 meses. Veja o histórico de variações mensais desde fevereiro de 2024:
O aumento desordenado é resultado de uma combinação de fatores. O principal deles é o surto de gripe aviária nos Estados Unidos. No país, o preço do ovo subiu 12,5% em fevereiro, conforme o índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira. Em doze meses, a alta chegou a 59%.
Isso ocorre porque, quando o vírus é identificado em uma granja, todas as aves do local são abatidas para conter a disseminação da doença. Desde o início do surto, aproximadamente 158 milhões de aves foram sacrificadas. Como consequência, a produção local caiu – e as importações precisaram aumentar.
Fornecedores brasileiros têm reforçado o envio de ovos para os EUA, e a projeção é que essa tendência se mantenha ao longo do ano. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que o volume de exportações de ovo crescerá 62% em 2025, para 30.000 toneladas. Com mais exportações, a oferta para o mercado interno diminui – e o preço nos supermercados tende a aumentar.
Outro fator é o aumento nos custos de produção, especialmente devido ao preço do milho, principal alimento das galinhas. Desde julho de 2024, a commodity encareceu cerca de 30%.
Há ainda um elemento sazonal, já que o período que antecede a Páscoa costuma registrar maior demanda pelo produto. Durante a Quaresma (os 40 dias antes da Páscoa), muitos católicos diminuem o consumo de carne vermelha, o que eleva a procura por ovos.
No Brasil, entre as regiões analisadas pelo IBGE (16 das 27 capitais brasileiras), o preço do ovo variou entre 7,8%, em São Paulo, e 23,8%, em Curitiba. Veja: