‘O Brasil está na moda’: a sommelier que quer vender vinhos nacionais para franceses
Para Marina Giuberti, finalmente há espaço para furar a bolha em Paris

Aos 45 anos, Marina Giuberti alcançou alguns marcos como uma capixaba em Paris, onde vive há quase vinte anos. Primeiro, fez história ao se tornar a primeira brasileira certificada pelo governo francês como sommelier na capital. Além disso, alcançou outro marco inédito: é a única mestre cavista estrangeira na França, um grupo que conta com apenas 40 profissionais, sendo apenas três mulheres. Agora, ela pretende dar mais um importante passo na carreira: ela quer levar vinhos brasileiros para o mercado parisiense.
A dona da Divvino, com dois endereços em Paris e mais de 1 000 rótulos (10% deles reservados para estrangeiros), está vendo pela primeira vez a oportunidade de furar a bolha dos vinhos franceses com produtos genuinamente brasileiros. “Há uns anos. não ia dar certo, mas agora o Brasil está na moda. Marcas como Natura, Farm, Granado e Dengo hoje são bem-vindas aqui. É uma conjuntura propícia”, observa Giuberti.
Em 2025, celebra-se o ano Brasil-França, uma iniciativa dos dois governos para aproximar as culturas. E Marina foi convidada para apresentar na última quinta-feira, 13, uma série de vinhos made in Brazil em um evento da embaixada. Resultado: todo mundo aprovou. “Já temos uma demanda, os jovens franceses estão muito mais abertos a provar bebidas de fora”, conta.
Outro grande desafio para importar blends nacionais é torna-los acessíveis aos franceses, que têm o vinho como produto essencial de sua rotina. “Finalmente encontrei ótimos vinhos brancos e tintos, que conseguimos vender a um bom preço aqui. O Brasil tem sabores frutados, perfeitos para aperitivos, carnes, muito diferente do que existe na França”, garante.