Israel afirma ter matado comandante da divisão de foguetes do Hezbollah, no Líbano
Aumento das ofensivas contra o Líbano afasta cada vez mais a possibilidade de um cessar-fogo na região
Os ataques entre Hezbollah e Israel se intensificam a cada dia diminuindo as chances de um cessar-fogo. Em mais uma ofensiva no sul do Líbano, neste sábado, 2, o exército de Beijamin Natanyahu afirma ter matado o chefe da divisão de foguetes do inimigo, Nasser Brigade. De acordo com informações do governo de Israel, ele esteve no comando de uma série de ataques ao país em outubro do ano passado, um dia depois da invasão surpresa do Hamas, que resultou em 1,2 mil mortos e 251 reféns, que deflagrou a guerra na região.
No mesmo sábado, segundo a agência Reuters, também foi atingido um porto fronteiriço de Al-Qaa-Jousieh entre o Líbano e a Síria, além de “estruturas humanitárias” da ONU. Um dia antes, o Ministério da Saúde do Líbano declarou que as ofensivas acertaram mais de 10 cidades na região de Baalbek, onde ficam as ruínas romanas protegidas como patrimônio da humanidade. Israel atingiu 34 hospitais: 11 técnicos de emergência médica morreram e 107 ambulâncias destruídas.
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Entenda porque o conflito se estendeu da Faixa de Gaza para o Líbano
Apesar dos atuais bombardeios israelenses contra o Líbano serem uma consequência dos ataques à Gaza, o conflito entre a resistência libanesa e o Estado de Israel é histórico. Começa de fato em 1978, quando os militares de Tel-Aviv invadem o Líbano ao perseguem à resistência palestina, que se refugiava no país vizinho.
Em 1982, Israel invade novamente o Líbano e ocupa parte de Beirute, a capital do país, o que obriga os militantes da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) a fugir da região. Israel então cria uma área tampão e permanece no sul do Líbano até o ano 2000. O grupo Hezbollah surge então como uma guerrilha – apoiada pelo Irã – que luta contra a ocupação militar de Israel no Líbano. Em 25 de maio de 2000, a resistência libanesa consegue expulsar Israel do país árabe. Houve ainda outras três campanhas militares de Israel contra o Líbano, em 2006, 2009 e 2011. A maior foi em 2006, durou cerca de 30 dias e matou mais de 10 mil civis.
“Não importa os sacrifícios, consequências ou possibilidades futuras, a resistência no Líbano não deixará de apoiar Gaza”, repetiu a principal liderança do grupo libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em discurso televisionado após o mais recente agravamento do conflito na região.
Assim como as milícias do Iêmen e do Iraque têm lançado ataques contra Israel ou aliados de Tel-Aviv em represália aos bombardeios em Gaza, a chamada resistência libanesa – coalizão de sete grupos político-militares liderados pelo Hezbollah – tem promovido ataques contra Israel desde o ano passado, também em solidariedade à Gaza.
(Com Agência Brasil)