A derrota e a vitória de Pablo Marçal nesta semana
Coach conseguiu reverter em segunda instância uma das suas inelegibilidades, mas também foi denunciado pelo episódio da cadeirada de Datena
O coach e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), encerra a semana com uma derrota e uma vitória na Justiça. De um lado, ele conseguiu reverter uma das condenações à inelegibilidade. De outro, no entanto, foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por conta do episódio da cadeirada do apresentador Datena, o que pode, na hipótese de condenação, deixá-lo inelegível outra vez.
Marçal quase ultrapassou o deputado federal e hoje ministro Guilherme Boulos (PSOL) e conseguiu ir para o segundo turno, status que alcançou protagonizando uma campanha cheia de polêmicas e agressões aos adversários. Na véspera do primeiro turno, ele divulvou um laudo falso acusando o psolista de ser usuário de entorpecentes. Além de não ser eleito, saiu do episódio com uma investigação criminal nas costas.
Nesta quinta-feira, 6, os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aceitaram um recurso do coach e reverteram a inelegibilidade em um caso no qual, na primeira instância, ele havia sido condenado por vender seu apoio a candidatos a vereador. Segundo as ações, movidas por Boulos e pelo PSB, os candidatos doavam 5 mil reais para a campanha de Marçal e, em troca, ele apoiava as campanhas dos vereadores. A condenação, anulada pelo TRE-SP, foi por abuso de poder político e econômico, uso indevido de meios de comunicação social e captação ilícita de recursos.
Isso não significa, contudo, que Marçal está desimpedido eleitoralmente. Além dessa condenação, que foi revertida, ele tem outras três, das quais está recorrendo. Uma delas é por conta do esquema de “cortes pagos”: durante a campanha, ele remunerou seguidores que compartilharam e conseguiram o maior núnero de visualizações em vídeos seus nas redes sociais, muitos com palavras “Marçal prefeito” e similares.
Na última quarta-feira, o Ministério Público Eleitoral o denunciou criminalmente por conta do episódio da cadeirada do apresentador Datena. Os dois estavam em um debate quando o coach provocou o adversário, chamando-o de “jack”, uma gíria muito usada no sistema prisional para se referir a criminosos sexuais. Além disso, Marçal fez outras provocações ao apresentador, insinuando que ele teria cometido outros delitos dessa natureza. Dias depois, o coach e influenciador repetiu as mesmas acusações durante uma entrevista.
O MP o denunciou pelos crimes de injúria e difamação. Apesar de as penas serem pequenas, uma condenação criminal também deixa o coach fora do jogo em 2026. No final da campanha de 2024, ele disse que estava sendo sondado por outras siglas e que pretendia sair candidato a algum cargo do Poder Executivo ano que vem — em 2022, ele já tentou ser candidato à Presidência. Marçal pode registrar a candidatura e concorrer pendurado em recursos judiciais, caso essas condenações à inelegibilidade ainda não tenham transitado em julgado (termo jurídico para o fim de todos os prazos de recurso).
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