Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Lula pensou em comprar sítio, mas achava ‘muito longe’, diz ex-ministro

Em depoimento, Gilberto Carvalho disse ainda que o ex-presidente relatou que a propriedade estava à disposição dele para 'usar como quisesse'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2018, 21h44 - Publicado em 9 Maio 2018, 14h32
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho prestou depoimento nesta quarta-feira 9 no processo da Operação Lava Jato que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu sob suspeita de receber propina de empreiteiras por meio de obras em um sítio frequentado por ele e sua família, em Atibaia (SP). Segundo Carvalho, que falou como testemunha, o próprio Lula lhe relatou que cogitava comprar o Sítio Santa Bárbara, mas achava que a propriedade ficava “muito longe”.

    “Ele falou ‘eu tô com uma dúvida, porque a (ex-primeira-dama) Marisa gosta muito daqui e o Fernando (Bittar, dono da propriedade) está até disposto a vender pra gente, mas não sei se é o caso, porque essa chácara é muito longe, eu preferia alguma coisa mais perto da (represa) Billings’, onde eles tinham uma pequena chácara”, disse o ex-ministro. Gilberto Carvalho afirmou que a conversa se deu no dia seguinte a uma festa junina no sítio, única ocasião em que ele diz ter estado no local.

    O relato dele sobre a intenção de Lula em comprar o imóvel coincide com o que disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, em depoimento no mesmo processo, na última segunda-feira (7).

    No mesmo diálogo com o ex-presidente, no entanto, segundo Gilberto Carvalho, Lula também disse que o dono formal do sítio, o empresário Fernando Bittar, havia colocado o imóvel à disposição para o petista e seus familiares “usarem como quisessem”. “Ele me relatou, naquele momento, que no dia 15 de janeiro eles estavam no Guarujá de férias e a Marisa chamou a ele dizendo que havia uma surpresa pra ele, que era o Fernando oferecendo uma chácara para eles usarem como quisessem”, declarou o ex-ministro.

    Ainda conforme Carvalho, havia “um certo desespero” entre os assessores de Lula à medida que o fim do mandato dele se aproximava, porque seria necessário encontrar algum lugar para alocar o acervo presidencial, com objetos recebidos pelo petista enquanto ocupou o Palácio do Planalto. Parte do acervo foi enviada ao Sítio Santa Bárbara.

    Continua após a publicidade

    “Então, de tudo que eu sei, eles acabaram falando com Fernando, e o Fernando emprestou a chácara para que eles usassem. O Fernando, como eu disse, é da intimidade deles”, completou Carvalho, que contou ter sido informado sobre a existência da propriedade apenas depois de Lula deixar a Presidência.

    Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aceita pelo juiz federal Sergio Moro, as empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin pagaram cerca de 1 milhão de reais em propina ao ex-presidente por meio de reformas e obras de benfeitorias no sítio.

    Minutas de compra

    Uma minuta de venda do sítio (veja aqui o documento), datada de 2012 e apreendida no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (SP) em março de 2016, na Operação Aletheia, mostra que o petista e Marisa comprariam a propriedade por 800.000 reais.

    Continua após a publicidade

    O cartorário João Nicola Rizzi, também ouvido como testemunha no processo referente ao sítio, afirmou ter preparado duas novas minutas de venda da propriedade em 2016, a pedido de Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente. Em uma deles, figuravam como vendedores de “um quinhão de terras” do sítio Fernando Bittar e sua esposa, Lilian, em uma transação no valor de 1.049.500 reais (veja aqui o documento). Na outra minuta de escritura, no valor de 662.150 reais, o vendedor de outro “quinhão de terras” na propriedade seria Jonas Suassuna, o outro proprietário do sítio (veja aqui o documento).

    Em ambas as minutas o nome dos compradores está em branco. Segundo o depoimento de Rizzi, contudo, Teixeira lhe disse que os espaços seriam preenchidos com os nomes de Lula ou de Marisa Letícia.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.