Moro deve depor nesta terça na Câmara para explicar mensagens
Ministro é aguardado para audiência a partir das 14h; oposição provavelmente terá maior presença do que em sabatina anterior, na CCJ do Senado
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é esperado para depoimento na Câmara dos Deputados nesta terça-feira 2, a partir das 14h. Ele será ouvido por quatro comissões: de Constituição e Justiça; de Trabalho; de Direitos Humanos; e de Fiscalização Financeira e Controle.
Os deputados questionarão o ex-juiz da Lava Jato sobre mensagens que colocam em dúvida sua conduta em julgamentos da operação. Originalmente divulgadas pelo site The Intercept, as conversas, realizadas pelo aplicativo Telegram, mostram membros da força-tarefa da Lava Jato – incluindo o próprio Moro e o procurador Deltan Dallagnol – em diálogos que colocam em dúvida sua imparcialidade em investigações como a que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro deve encontrar um campo muito mais minado do que o que encontrou ao ir à CCJ do Senado falar sobre o mesmo tema – lá houve pouca pressão sobre ele e quase nenhum momento de tensão. Na CCJ da Câmara, a oposição ao governo Jair Bolsonaro é maior e mais atuante, mas o ex-juiz chega respaldado pelas manifestações de rua em seu apoio, ocorridas no domingo em dezenas de cidades brasileiras.
Moro originalmente foi convidado para participar de audiência na Câmara na última quarta-feira 26, mas se ausentou por estar em viagem aos Estados Unidos. Na semana passada, ele prestou depoimento no Senado sobre o caso.
No domingo 30, manifestantes foram às ruas em todo o país criticando os vazamentos que envolvem Moro e exaltando seu trabalho quando juiz na Lava Jato e hoje como ministro do governo Bolsonaro.
Nesta segunda-feira, Moro participou da aula inaugural dos cursos de formação da Polícia Federal no teatro da Academia Nacional de Polícia, em Brasília. Ele proferiu a primeira aula aos alunos, na presença do diretor-geral da PF, delegado Maurício Valeixo, e outros dirigentes da corporação e presidentes de entidades de classe.
No evento, o ministro afirmou que “governos passam e as instituições ficam” e pediu o fortalecimento da Polícia Federal por ser “estratégica para o país”.