Pacheco admite ‘sacrificar’ recesso por denúncia contra Temer
Presidente da CCJ da Câmara diz que 'talvez valha a pena' perder uma semana do recesso parlamentar para concluir a apreciação da acusação
O deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, disse nesta quarta-feira que poderá sacrificar uma semana do recesso parlamentar para concluir a apreciação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).
A decisão, segundo Pacheco, dependerá da dinâmica do processo. “Se for necessário avançar pelo recesso, que seja”, disse. “Especialmente se chegarmos a um patamar do procedimento em que esteja quase pronto de ser definido [o resultado], talvez valha a pena o sacrifício de uma semana do recesso”, acrescentou.
O deputado declarou que o assunto ficará para agosto se a denúncia não for votada na CCJ antes do início do recesso. Ele se mostrou contra a realização de sessões noturnas ou durante a madrugada, como aconteceu na comissão especial que analisou a admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara. “O que nós não gostaríamos é de avançar madrugada adentro. Votações de madrugada não são recomendáveis”, disse.
Pelo rito acertado nesta quarta entre os coordenadores de bancada, a leitura do parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB_RJ) ocorrerá na próxima segunda-feira. Como deve haver pedido de vista, só na quarta-feira à tarde poderá haver sessão para o início da fase de debates na CCJ. A estimativa é que os parlamentares discursem por mais de 40 horas.
A defesa de Temer poderá se manifestar após a apresentação do voto do relator e no fim dos debates. O relator falará duas vezes, na apresentação de seu voto e após os debates.
Pacheco anunciará nesta quinta-feira se vai deferir o requerimento da oposição para oitiva de testemunhas de acusação e o convite para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, compareça à comissão.
(Com Estadão Conteúdo)