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Para governistas, relator de denúncia deve ser de PMDB ou PSDB

Presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco, tem dado sinais de que pode escolher parlamentar alinhado ao governo para elaborar parecer sobre nova acusação

Por Da Redação
Atualizado em 15 set 2017, 10h22 - Publicado em 15 set 2017, 10h05
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  • Governistas querem emplacar um deputado do PSDB ou do PMDB como relator na Câmara da nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por organização criminosa e obstrução de Justiça. A acusação foi apresentada nesta quinta-feira pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

    Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) afirmou que o governo quer o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) como relator da segunda acusação. O tucano foi autor do parecer aprovado pela maioria da Câmara, recomendando a rejeição da primeira denúncia contra Temer.

    Segundo Mansur, governistas tentam convencer o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a escolher Abi-Ackel como relator oficial. Procurado, o tucano disse que precisa entender a denúncia antes de decidir se aceitaria ou não ser relator.

    Em reservado, outros aliados do governo, porém, defendem um nome do PMDB pró-Temer para relatar a nova denúncia. A avaliação é de que o presidente precisa mostrar que tem força dentro do próprio partido, o que não aconteceu na outra denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

    Da primeira vez, Pacheco escolheu como relator o deputado Sérgio Zveiter (Podemos-RJ), na época filiado ao PMDB e que deu parecer pela aceitação da denúncia. Com a rejeição do relatório pela CCJ, o presidente do colegiado teve de escolher um novo relator, no caso Abi-Ackel.

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    Os defensores no governo da tese pró-PMDB para a relatoria avaliam que um deputado do PSDB na posição pode aumentar a crise interna na sigla e, assim, aumentar o número de tucanos que votarão contra Temer. Na votação da primeira denúncia no plenário, a bancada da legenda deu 22 votos pelo arquivamento e 21 pelo prosseguimento da investigação.

    Procurado, o presidente da CCJ disse que só decidirá quem será o relator quando estudar a nova denúncia. Ele avaliou, porém, Paulo Abi-Ackel e o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), também apontado nos bastidores para relatoria do caso, como “ótimos nomes”.

    Governista

    Pacheco tem dado sinais de que poderia escolher um nome mais governista para relatar a segunda denúncia. Pessoas próximas ao deputado afirmam que ele deve escolher um relator com um perfil mais moderado, mas não necessariamente um que tenha votado contra o presidente na primeira denúncia.

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    A decisão de Pacheco deve passar por questões regionais. De olho em uma eventual candidatura ao governo de Minas Gerais em 2018, o deputado não deve indicar um parlamentar que faça franca oposição ao Palácio do Planalto e se indispor com o seu partido, o PMDB.

    Além disso, contribuiu para essa percepção a investigação aberta pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que levou à prisão e rescisão do acordo de delação premiada de dois delatores do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS: Joesley Batista, um dos donos do grupo, e do ex-executivo Ricardo Saud.

    Com a possibilidade de Pacheco escolher um relator com perfil governista, opositores de Temer já planejam apresentar votos em separado recomendando a aceitação da denúncia. “Dependendo do voto do relator, pretendo, sim, apresentar outro voto. Já vou começar a estudar hoje a denúncia”, disse Zveiter.

    (Com Estadão Conteúdo)

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