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Até mortalidade precoce: as razões para evitar – ou abandonar – os ultraprocessados

Maior consumo é associado a mais problemas de saúde

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 abr 2025, 16h00

Um estudo publicado nesta segunda-feira, 28, apontou que o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de morte prematura, acendendo um alerta sobre o risco cada vez mais evidente de ingerir esse tipo de comida. 

De acordo com os dados, publicados no American Journal of Preventive Medicine, à medida que o consumo aumenta, cresce também o risco de fatalidades por quaisquer causas. A proporção é a seguinte: cada 10% de incremento na ingestão de ultraprocessados faz aumentar em 3% o risco de óbito entre as idades de 30 e 69 anos. 

Os resultados foram obtidos por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, o Nupens. Para chegar a essa conclusão, eles avaliaram estudos conduzidos em 8 países diferentes, numa somatória de mais de 240 mil indivíduos investigados. 

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O Nupens tem tradição no estudo de ultraprocessados. No início dos anos 2000 eles foram os pioneiros nessa área de pesquisa ao criar a classificação Nova de alimentos, que fez com que especialistas em todo o mundo deixassem de olhar apenas para o conteúdo nutricional da comida, para avaliar também o seu nível de processamento industrial. 

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Desde que isso foi feito, uma variedade de pesquisas apontou os perigos associados ao consumo desse tipo de alimento. O maior estudo sobre o tema foi publicado em 2024, e ele aponta que entre todos os ultraprocessados, tipos específicos estão relacionados a um maior risco de morte por qualquer causa: as carnes processadas, como os nuggets, as bebidas açucaradas, como os refrigerantes, e as sobremesas à base de laticínios. 

Mas não para por aí. Embora a morte seja a última consequência, essa ingestão também está associada a outros efeitos negativos: um estudo na Nature Medicine aponta que as bebidas açucaradas, sozinhas, são responsáveis por um em cada dez casos de diabetes do tipo 2 em todo o mundo. Outra investigação do Nupens, também publicada em 2025, ainda mostrou uma associação entre a ingestão desse tipo de comida e a incidência de depressão no Brasil. 

Trabalhos de outros locais do mundo também mostram uma relação com eventos cardiovasculares, ansiedade, distúrbios alimentares e doenças neurológicas. No Brasil, cerca de 20% das calorias consumidas vêm dessa categoria – em países como os Estados Unidos o número pode passar dos 50%.

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Apesar dos dados, é preciso ressaltar que a maioria dos estudos são de associação, ou seja, eles não dizem exatamente que os ultraprocessados causam essa doença. O que afirmam é que pessoas que comem mais esse tipo de comida, costumam ser mais afetadas por essas condições do que quem não come – o que significa que outros fatores, como aspectos de saúde e comportamentais podem ser a causa. 

Quais são as classificações adotadas pelo sistema Nova?

O sistema Nova adota quatro classificações diferentes para os alimentos, de acordo com o nível de processamento. São eles:

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  • In natura: alimentos acessados da maneira como saem da natureza. Exemplo: sementes, frutas, folhas e raízes. 
  • Ingredientes culinários processados: são substâncias extraídas de alimentos do primeiro grupo por procedimentos físicos como prensagem, centrifugação e concentração. Exemplo: azeite, manteiga e açúcar. 
  • Alimentos processados: são itens do primeiro grupo (in natura e minimamente processados) modificados por processos industriais relativamente simples e que poderiam ser realizados em ambiente doméstico. Exemplo: legumes em conserva, frutas em caldas, queijos e pães artesanais. 
  • Alimentos ultraprocessados: são formulações de substâncias obtidas por meio do fracionamento de alimentos do primeiro grupo, frequentemente adicionados de corantes, aromatizantes e emulsificantes. Ex.: refrigerantes, bebidas lácteas, margarina, salgadinhos de pacote, cereais matinais e salsichas. 
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