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Entenda o jetlag social, problema que afeta 70% dos paulistanos

Descompasso nos padrões de sono em dias úteis e finais de semana pode impactar a saúde, causando alterações metabólicas e cardiovasculares

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jun 2025, 18h00

Você acorda no mesmo horário nos dias úteis, mas aproveita para dormir todo o sono acumulado nos finais de semana? Se isso é um hábito e o tempo extra na cama passar de uma hora do horário habitual de despertar, é bom tomar cuidado. Esse descompasso no padrão de sono tem nome e pode trazer prejuízos à saúde: é o jetlag social, condição que, segundo um novo estudo do Instituto do Sono, afeta 70% dos paulistanos e tem se tornado crescente em grandes cidades.

O termo jetlag é conhecido pelos viajantes que se deparam com fusos horários diferentes e enfrentam a desorganização do sono e demais atividades por impactos no ritmo circadiano — ou relógio biológico –. No caso do jetlag social, as flutuações ocorrem entre os dias úteis, quando as atividades profissionais e tarefas domésticas não permitem dormir até mais tarde, e o fim de semana, cujo padrão pode ser desligar o despertador e não ter hora para acordar.

Essa condição também afeta trabalhadores por turnos e profissionais com trabalhos com escalas irregulares, como seguranças e enfermeiros.

A pesquisa, compartilhada com VEJA com exclusividade e parte dos painéis do Sleep 2025 (congresso mundial de Medicina do Sono realizado nos Estados Unidos nesta semana), avaliou o comportamento do sono de moradores da cidade de São Paulo a partir da comparação de dados de 1.042 participantes da 3ª edição do estudo Episono, de 2007, com informações coletadas de 689 deles no ano de 2015.

No período, o jetlag social moderado, mudanças no padrão de sono entre 1 hora e duas horas, saltou de 24% para 30% e foi constatado que sete em cada dez moradores tinham alguma alteração nos horários de sono nos dias úteis e livres.

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No nível mais grave da condição, que considera alterações no sono acima de duas horas, foi demonstrado que, por ano, nove em cada 1 000 participantes passaram para esse nível. Embora a prevalência tenha caído de 14% para 10%, isso é preocupante e significa que, em uma população de 12 milhões de habitantes da cidade, foram 108 mil novos casos anuais de jetlag social grave.

“Manter um sono de duração adequada é importante para manutenção da saúde. Quando uma pessoa tem restrição de sono durante a semana, o sono compensatório durante os dias livres é benéfico, mas não deve ultrapassar uma a duas horas do habitual durante a semana”, explica Julia Vallim, pesquisadora do Instituto do Sono e uma das autoras do estudo.

Segundo Julia, os estudos sobre jetlag social datam dos anos 1990 e são uma ferramenta a mais para ilustrar a importância da qualidade do sono para a saúde em geral. Apesar de existirem variações da prevalência, é um problema que afeta as metrópoles, por isso, os dados sobre os paulistanos podem ajudar na compreensão do fenômeno.

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“Ele é influenciado por obrigações sociais que variam de população para população e de país para país, mas afeta principalmente a população urbana e São Paulo, que é a maior capital da América Latina, é um exemplo disso.”

Consequências do jetlag social

Pode parecer inofensivo, mas mudanças no padrão de sono, mesmo na tentativa de descansar, podem trazer impactos negativos para a saúde mental, do corpo e do coração.

“A mudança constante nos horários de sono pode desregular completamente o nosso relógio biológico, impactando não só o humor e a concentração, mas também aumentando o risco de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão”, explica Monica Andersen, diretora do Instituto do Sono.

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Como melhorar a qualidade do sono?

  • Mantenha horários regulares de sono, sempre que possível
  • Se a duração ideal de sono não for atingida durante a semana, compensar essa falta nos dias livres é positivo, desde que a diferença não ultrapasse de uma a duas horas em relação aos dias úteis
  • Se houver a possibilidade, discuta alternativas de turnos de trabalho que respeitem as necessidades individuais de sono e as preferências de horários para a realização de atividades
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