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Jovens de 18 a 24 anos lideram em hábitos que ameaçam a saúde no Brasil

Covitel 2023 ouviu 9 mil pessoas com mais de 18 anos de todo o país e colheu dados sobre fatores que podem resultar em doenças crônicas

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 jun 2023, 13h01
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  • Obesidade, ansiedade, consumo abusivo de álcool e alimentação nada saudável. Um conjunto de hábitos e fatores considerados prejudiciais para a saúde por aumentar o risco de doenças crônicas é liderado por jovens de 18 a 24 anos no Brasil, de acordo com a segunda edição do Covitel, o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, divulgado nesta quinta-feira, 29.

    Os dados em uma população tão jovem podem ser considerados alarmantes. Nessa faixa etária, foi registrado um salto de 90% no índice de pessoas obesas – 17,1% em 2023 ante 9% em 2022 -, o maior percentual de excesso de tempo em frente às telas (76,1%) e maior consumo de refrigerantes e sucos artificiais (24,3%) por semana. Os adultos mais novos também são os que menos incluem frutas, legumes e verduras na alimentação. Para a pesquisa, foram ouvidas 9 mil pessoas com mais de 18 anos de todas as regiões do país.

    “Entender o comportamento da população brasileira quanto aos fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, que são a maior causa de morte no mundo, é fundamental para orientar as prioridades, o planejamento e ações relacionadas às políticas públicas de saúde”, diz Pedro de Paula, diretor-executivo da Vital Strategies, organização global de saúde pública que desenvolveu o levantamento com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A iniciativa tem financiamento da Umane e apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

    Segundo ele, a pandemia de Covid-19 causou graves impactos para o diagnóstico e tratamento das doenças crônicas e a presença fatores de risco entre jovens é algo a ser visto com preocupação. “(Os dados) Acendem um importante alerta sobre os desafios para os sistemas de saúde que estão por vir, entre eles a saúde da população brasileira no longo prazo e a viabilidade econômica de se financiar um sistema sob pressão.”

    Atividade física, alimentação e saúde mental

    Apesar do forte incentivo para a prática de atividades físicas como ferramenta para manter a saúde em dia, com preconização de 150 minutos de exercícios semanais pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 31,5% dos brasileiros seguem a recomendação. No recorte por idade, o destaque vai para a população de 25 a 34 anos (37,9%). Na sequência, estão os mais jovens (36,9%). Os menos ativos são as pessoas com mais de 65 anos (18,9%).

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    “Os baixos níveis de atividade física da população brasileira preocupam muito. A inatividade física causa mais de cinco milhões de mortes por ano no mundo. Políticas públicas de promoção da atividade física são urgentes em todo o território nacional”, avalia Pedro Hallal, professor da Universidade Federal de Pelotas e um dos coordenadores do Covitel 2023.

    Os idosos, por sua vez, são os mais regrados no que diz respeito ao consumo de frutas, legumes e verduras. Os mais velhos (65 anos ou mais) são os que mais consomem verduras e legumes cinco ou mais vezes por semana (45,5%). Na faixa de 18 a 24 anos, o índice é de 39,2%. O quadro é semelhante em relação às frutas: o consumo é frequente em 62,8% da população com mais de 65 anos, hábito compartilhado por somente 33,5% dos mais jovens.

    Neste cenário, também foi questionada a situação da saúde mental e novos sinais de alerta apareceram: 31,6% dos jovens já receberam diagnóstico médico de ansiedade, 14,1% foram diagnosticados com depressão e 32,6% relataram episódios de consumo abusivo de bebidas alcoólicas nos 30 dias antes da pesquisa. A ingestão excessiva de álcool é medida em quatro doses ou mais para mulheres e cinco doses ou mais para homens em uma mesma ocasião.

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