Uma queixa frequente com o avanço da idade diz respeito ao sono. Há pessoas que passam a dormir menos horas por noite e, além de ficar sem os benefícios do descanso, podem ter impactos negativos para a saúde. Para descobrir o tempo necessário de descanso noturno a partir dos 50 anos para evitar doenças crônicas e a multimorbidade, quando a pessoa tem um conjunto dessas enfermidades, um grupo de pesquisadores avaliou dados de dados de 7.864 pessoas de Londres por 25 anos e descobriu que, nessa faixa etária, é preciso dormir, no mínimo, cinco horas.
Segundo o estudo, a análise apontou que a curta duração do sono aos 50 anos de idade está associada a um aumento de 20% no risco de aparecimento da primeira doença crônica, como câncer, depressão e doenças cardiovasculares, e a um risco aumentado de multimorbidade. Os achados foram publicados na revista científica Plos Medicine.
Os dados analisados pelos pesquisadores eram de profissionais que trabalhavam em escritórios em Londres e foram coletados dos voluntários aos 50, 60 e 70 anos. Eles mapearam a duração do sono e verificaram o aparecimento da primeira doença crônica, a evolução para a multimorbidade e morte. Dos participantes, 544 (6,9%) relataram dormir cinco horas ou menos por noite. Seis horas foi o período relatado por 2.562 (32,6%), sete horas por 3.589 (45,6%), oito horas por 1.092 (13,9%) e 77 (1,0%) afirmaram dormir nove horas ou mais. Em comparação ao tempo de sete horas de sono, a duração igual ou inferior a cinco horas de sono demonstrou estar ligada ao risco maior de aparecimento de duas ou mais doenças crônicas na velhice.
“Entre 7.217 participantes livres de doença crônica aos 50 anos, 4.446 desenvolveram uma primeira doença crônica, 2.297 evoluíram para multimorbidade e 787 morreram posteriormente”, diz o estudo.
O sono se estabeleceu, nos últimos anos, como um dos pilares da saúde e do bem-estar. De tão importante, passou a integrar neste ano a lista dos parâmetros fundamentais para o bom funcionamento do coração e do cérebro, a Life’s Essencial 8, da Associação Americana do Coração.