Na terça-feira, os últimos integrantes do time de futebol juvenil, que haviam desaparecido no mês passado, foram retirados do complexo de cavernas Tham Luang, na Tailândia. Até que todos os 12 meninos e o técnico fossem resgatados, 17 dias se passaram. Antes de serem encontrados por dois mergulhadores ingleses, no dia 3 de julho, o grupo sobreviveu nove dias no escuro sem saber se conseguiriam deixar a caverna. A sobrevivência do grupo neste período foi assegurada por lanches de aniversário, gotas d’água e meditação.
Para celebrar o aniversário de 17 anos, comemorado no dia 23 de junho, Pheeraphat Sompiengjai, conhecido como Night, decidiu passear no complexo de cavernas depois do treino, onde ele e os colegas acabaram presos por causa das cheias. De acordo com a BBC, os lanches levados pelos garotos para celebrar a ocasião foi o que os ajudou a sobreviver no período em que estiveram desaparecidos.
Não é possível determinar de que forma o pequeno suprimento foi consumido durante os nove dias, mas acredita-se que o técnico Ekapol Chantawong teria se recusado a comer para deixar mais para os meninos. Por este motivo, ele era o mais fraco do grupo quando foram encontrados.
Estima-se que o ser humano possa ficar sem comer por um período de 30 a 45 dias; o número varia de três a cinco dias quando se trata de água, embora haja casos de pessoas capazes de superar esse limite. Para se manterem hidratados, eles contaram com gotas d’água que pingavam na caverna.
Durante o resgate
Alimentação
Segundo o almirante Arpakorn Yuukongkaew, comandante da Marinha Tailandesa, no momento em que as equipes de resgate chegaram, sob a supervisão de um médico, o time passou a receber alimentos especiais, de fácil digestão e mais calóricos, com vitaminas e minerais.
A equipe médica que tratou os meninos comentou que eles estavam em bom estado de saúde, considerando as condições às quais foram submetidos. “Estavam em boas condições e não estavam estressados. A maioria deles perdeu 2 quilos”, disse Thongchai Lertwilairattanapong, inspetor do departamento de saúde da Tailândia, à BBC.
Oxigênio
A princípio, quando os meninos ficaram presos, o suprimento de ar não era um problema já que a maioria das cavernas tem ar natural. Entretanto, à medida que os dias foram passando, o nível de oxigênio na caverna caiu: dos 21% normalmente registrados, foi reduzido para aproximadamente 15%.
Tanques de ar foram transportados para o local para assegurar o oxigênio. O mergulhador da Marinha tailandesa Saman Gunan fazia esse transporte quando morreu durante as operações.
Saúde mental
A saúde mental do grupo era a maior preocupação durante o confinamento e continua sendo após o resgate. Enquanto estavam na caverna, o treinador, ex-monge budista, foi essencial para manter os garotos calmos, ensinando técnicas de meditação para ajudá-los a controlar o estresse. A chegada dos socorristas também foi importante, já que os meninos foram capazes de se comunicar com a família por meio de cartas e vídeos.
Em uma das cartas enviadas, o treinador se desculpou com os pais por ter levado o time à caverna. “Prometi que cuidaria das crianças da melhor forma que eu pudesse.” Mas a maioria dos pais respondeu dizendo que não o culpava.