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Você é preguiçoso? A culpa é dos genes, afirma estudo

Pesquisadores descobriram sete genes ligados à inatividade física

Por Da Redação
Atualizado em 11 dez 2018, 19h52 - Publicado em 11 dez 2018, 15h39
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  • Quantas desculpas você inventou para não se exercitar porque estava com preguiça? Não pense demais sobre isso nem se sinta mal: é possível que você nem sequer tenha controle sobre todo este seu sedentarismo. Não acredita? Deveria, pois pesquisadores ingleses descobriram que esse mal que afeta tantas pessoas pode estar relacionado à nossa genética. De acordo com a ciência, existem catorze genes no nosso DNA que estão ligados à inatividade física; sete deles foram descobertos por um novo estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.

    Apesar de os genes não serem os únicos responsáveis pela manifestação da preguiça – temos uma parcela de culpa também , os cientistas acreditam que essa descoberta pode ajudar a entender melhor os problemas relacionados a falta de exercício e de que forma eles afetam a saúde das pessoas.

    “Isso proporciona aos cientistas uma oportunidade de aprender mais sobre como os genes e o ambiente interagem em nosa vida diária. Pode nos ajudar, por exemplo, a determinar se a inatividade é uma causa ou consequência da obesidade”, disse Michael Holmes, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, ao Daily Mail

    O estudo

    Para encontrar esses novos genes, a equipe analisou dados de 91.105 pessoas coletados pelo UK Biobank. As informações indicavam quanto tempo os participantes passavam sentados, andando ou dormindo (registrados através de monitores digitais de pulso); também foram feitas análises do DNA dos voluntários.

    A análise mostrou a existência de catorze genes – metade deles visto pela primeira vez – que pareciam estar diretamente ligados a quão fisicamente ativos os participantes eram. “Como e por que nos movemos não é tudo sobre genes. Mas entender o papel que desempenham ajudará a melhorar nossa compreensão das causas e consequências da inatividade física”, comentou Aiden Doherty, que liderou o estudo, ao Daily Mail

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    Mutação genética

    Uma pesquisa de 2014 publicada no periódico PLOS Genetics já havia revelado que uma mutação no gene SLC35D3 produz uma proteína que desempenha uma função importante no sistema de produção de dopamina (hormônio do prazer), afetando a regulação de atividade física. A presença dessa mutação diminui a quantidade de receptores de dopamina nas superfícies das células cerebrais; isso porque elas ficavam presas dentro da célula, o que interfere no funcionamento de sinalização. 

    “Descobrimos que os camundongos com essa mutação são mais preguiçosos. Por causa disso, eles ganham peso e desenvolvem sintomas similares a uma condição que afeta o ser humano, a síndrome metabólica, que é um fator de risco para diabetes, hipertensão e obesidade”, explicou Wei Li, do Instituto de Genética e Desenvolvimento Biológico da China, ao Independent

    Apesar de a maior parte do estudo ter observado a genética de camundongos, em um experimento com 400 pacientes com excesso de peso, dois participantes apresentaram essas mesmas mutações genéticas. 

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    Diante desses resultados, os pesquisadores desenvolveram um medicamento capaz de tornar os ratos mais ativos através da ativação dos receptores de dopamina. Embora sejam necessários experimentos em humanos, a equipe acredita que no futuro seja possível utilizar essa medicação para tratar a obesidade nas pessoas.

    Sedentarismo

    Segundo relatório recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de um quarto das pessoas no mundo (1,4 bilhão) não está realizando atividade física suficiente. Os dados indicaram que os países de alta renda, como os Estados Unidos, apresentam o maior número de populações menos ativas: em 2001, era 32%; em 2016, subiu para 37%. Já nas nações de baixa renda permaneceu estável (16%). 

    A OMS ainda revelou que as mulheres estão entre os indivíduos mais sedentários – com exceção do leste e sudeste asiático. Para os autores, essa inatividade está relacionada a uma combinação de fatores, como maior obrigação com o cuidado dos filhos e atitudes culturais que dificultaram o exercício.

    A recomendação da OMS é que os indivíduos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercício moderado (dança e hidroginástica, por exemplo) ou 75 minutos de atividade de maior intensidade (natação e ciclismo, por exemplo).

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