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Trump faz dólar cair no mundo e ajuda Brasil, mas política doméstica limita queda

Moeda americana encerrou esta quarta-feira em queda de 2,7% frente ao real depois de dois dias de mercados fechados no Brasil pelo Carnaval

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 mar 2025, 21h52 - Publicado em 5 mar 2025, 17h45

O dólar acentuou uma rota de queda em todo o mundo desde o início desta semana, quando, na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, fechou a porta para negociações e aplicou sua primeira medida comercial efetiva: a imposição de tarifas de 25% de importação sobre os vizinhos México e o Canadá, que passaram a valer na terça-feira.

No Brasil, onde os mercados estiveram fechados na segunda e na terça por conta do Carnaval, o dólar caiu 2,7% nesta quarta-feira, cotado a 5,75 reais. O DXY, índice internacional que verifica a variação média do dólar em relação às moedas das principais economias desenvolvidas, engatou o terceiro dia seguido de queda e recuava 1,3% por volta das 17h.

“Os dados da economia norte-americana estão dando indícios de fraqueza ao mesmo tempo em que Trump toma medidas [o aumento de tarifas] que são inflacionárias” , explica Jefferson Laatus, fundador da escola de investimentos Laatus. “Inflação com uma economia desacelerando é o pior cenário possível, e tudo isso faz com que os investidores, nesse momento, não queiram mandar tanto dinheiro nos Estados Unidos.”

Há um consenso entre os analistas, entretanto, que, mesmo com ventos externos a favor, há pouco espaço para que o dólar consiga cair muito para baixo de onde está agora. “No vetor doméstico, temos problemas fiscais bastante complexos, sem perspectiva de solução no curto prazo, além de instabilidades também na esfera política, com a popularidade do presidente em queda e mudanças ministeriais que estão, também, acrescentando algum mau humor aos investidores”, diz Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos e coordenador de Economia e Finanças da faculdade ESPM.

Na sexta-feira, o dólar acelerou a alta e fechou acima dos 5,90 reais depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmar, durante a tarde, a nomeação de Gleisi Hoffmann para coordenar a articulação política do governo na Secretaria de Relações Institucionais.

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Na frente fiscal, para além do velho desafio do governo de controlar os gastos e estancar o crescimento da dívida pública, a equipe econômica de Lula chega ao fim de Carnaval sem ainda ter conseguido aprovar o Orçamento para 2025, numa rara e clara excentricidade à agenda econômica anual. Para muitos analistas, inclusive, boa parte da calmaria transparecida na cotação do dólar nesse começo de ano tende a se dissipar tão logo o Congresso, que retornou do recesso no início de fevereiro, ative a agenda de votações e negociações do ano.

“O ‘preço justo’ do dólar, dadas todas as nossas mazelas, está hoje na faixa de 5,70 reais, e eu acho difícil que a moeda encontre suporte para ficar muito abaixo disso com consistência”, disse Espírito Santo. A moeda começou 2024 cotada a 5 reais e chegou a girar em torno dos 4,80 nos primeiros meses de 2023, no início do mandato de Lula. “Por outro lado, não será extraordinário que volte a flutuar para 5,90 ou mesmo 6 reais diante no cenário complexo e instável que temos internamente”, complementou o economista.

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