O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu, pelas redes sociais e posteriormente em evento no Palácio do Planalto, a prisão perpétua às acusadas de matar e esquartejar o menino Rhuan Maycon, 9 anos, em Samambaia Norte, no Distrito Federal, no fim do mês passado.
A postagem foi feita no Twitter na tarde desta terça-feira, 18. “O chocante caso do menino Ruan, que teve seu órgão genital decepado e foi esquartejado pela própria mãe e sua parceira, é um dos muitos crimes cruéis que ocorrem no Brasil e que nos faz pensar que infelizmente nossa Constituição não permite prisão perpétua”, escreveu Bolsonaro no microblog.
Até o começo da noite, a postagem tinha 64 mil curtidas e 12 mil compartilhamentos.
Ao fim de um evento no Palácio do Planalto, voltou ao assunto. “Está na Constituição, no capítulo lá das cláusulas pétreas, que o Brasil não pode ter pena de morte, caráter perpétuo, banimento. Então a gente não pode nem pensar em falar isso aí. Mas a vontade que dá na gente é que apodreça na cadeia quem cometeu esse ato bárbaro, a própria mãe com a outra colega, um casal de lésbicas cometeu esse crime hediondo aí”, disse o presidente ao fim de um evento no Palácio do Planalto.
Ele voltou ao tema ao ser perguntado por jornalistas sobre a postagem feita anteriormente. “O que passa na cabeça de qualquer um é uma prisão eterna para quem cometeu uma maldade dessa. Primeiro, castrando o garoto, aí vem aquela tal da ideologização de gênero. Eu não vou polemizar isso que combati na Câmara”, disse.
Como alternativa, Bolsonaro disse que a saída para casos como o de Rhuan é adoção de leis mais rígidas. “Não deixando que a progressão comece muito cedo —como o projeto [pacote anticrime] do ministro Sergio Moro— que começa a inibir esse tipo de violência”, afirmou.
De acordo com laudo da Polícia Civil do Distrito Federal, Rhuan foi decapitado ainda vivo pela própria mãe em 31 de maio. Rosana Auri da Silva Cândido, 27 anos, e sua companheira, Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, 28, confessaram ter cometido o crime.
Além do golpe inicial, no peito, a criança levou mais 11 facadas nas costas.
A investigação policial foi encerrada e, segundo o delegado Guilherme Melo, o inquérito pede, além da condenação por homicídio qualificado, a condenação por tortura, ocultação de cadáver, fraude processual —por terem lavado a cena do crime— e lesão corporal gravíssima.