10 mandamentos para não destruir a saúde pulando o Carnaval – e não é caretice!
Para não queimar a largada, passar a quaresma pelas tabelas ou encarar problemas de saúde no longo prazo, alguns cuidados precisam ser tomados; veja lista

“Saúde e harmonia/ Prazer de viver/ Vou virar pelo avesso/ Teu avesso eu quero ver”, canta o samba-enredo De Corpo e Alma na Avenida, da escola carioca Mocidade Independente de Padre Miguel, na safra de 1997. Aí que está: a estrofe prescreve algo nem sempre fácil de conciliar no feriado mais aguardado do país: o prazer e a saúde. Mas, seja nos desfiles e trios elétricos, seja nos blocos de rua, vale buscar o equilíbrio no Carnaval, tomando certos cuidados para não penar nos dias seguintes, na quaresma ou até meses depois. Confira nossa playlist de recomendações.
1. Bebeu água? Tá com sede?
Com as ondas de calor que devem banhar o Carnaval deste ano, a hidratação se tornou ainda mais crítica. Simplesmente porque, suando mais, perdemos mais líquido e eletrólitos importantes para o bem-estar físico. Só que não adianta matar a sede com cerveja. Água filtrada e de boa procedência é a melhor pedida – ainda que água de coco e sucos naturais possam complementar a cota. Aliás, não espere a sede bater para tomar os goles. Para ter uma ideia de quanto beber por dia, especialistas recomendam cerca de 35 ml por quilo corporal nos dias quentes – algo em torno de 2,5 litros para uma pessoa de 70 kg. Mas isso pode variar a depender de quanto se sua e gasta energia.
2. A gente não quer só comida
Se ficar só na folia e na bebida alcoólica, o corpo vai entrar em parafuso, refém de sintomas como fadiga e dor de cabeça. Uma alimentação leve, fresca e natural é a a base para encarar as festas, até por ajudar a atingir as metas de hidratação. Saladas, frutas e pratos ou lanches com uma fonte de proteína (queijo, filé de frango…) vão manter o combustível e agregar nutrientes para enfrentar o estresse físico do período. Se for levar na mochila, lembre-se da refrigeração. Atenção a comidas vendidas na rua ou expostas muito tempo ao sol – há risco de estragar e desencadear uma intoxicação alimentar.
3. Vou apertar, mas não vou…
É fato: o consumo de drogas, lícitas e ilícitas, decola no Carnaval. Qualquer profissional de saúde em sã consciência orientará os foliões a evitá-las. Mas, na realidade, uma parcela dessa turma não vai seguir a recomendação. Nesse caso, a maior cilada é misturar as drogas (inclusive com álcool), atitude capaz de acabar em um pronto-socorro e dificultar a interpretação e o atendimento pelos próprios médicos de plantão. Do lança-perfume às substâncias sintéticas, pense duas vezes antes de experimentar e misturar…
4. Eu vou enfiar uva no céu da sua boca
Dá para curtir a vida com prazer sem se expor a perigos como as infecções sexualmente transmissíveis (IST). Além da distribuição gratuita de preservativos e testes para detecção dessas doenças por algumas prefeituras, alguns grupos podem tirar proveito de medicações que previnem o contágio pelo vírus HIV. Na presença de sintomas suspeitos – lesões nos genitais ou mesmo na boca -, o bom-senso e o respeito ao próximo mandam evitar contatos sexuais – e passar num especialista quanto antes para diagnosticar e tratar o problema.
5. Eu bebi demais…
Onipresentes nas festas, fermentados e destilados chegam literalmente a derrubar foliões. A depender da quantidade ingerida e do limite de cada um, o álcool pode resultar, na melhor das hipóteses, em ressaca, e, na pior, em acidentes de trânsito e colapsos físicos como estado de coma. Também tende a desequilibrar doenças já instaladas e incitar de ataques de violência a crises psíquicas. Hoje os experts reforçam que não há dose mínima segura. Na dúvida, siga o slogan nos rótulos e beba com moderação.
6. Hê! Hê! Hê! Fumacê
A nova encarnação do cigarro é eletrônica. E faz mal tanto quanto o convencional. Novos estudos indicam que vapes podem causar diversos danos ao organismo e, no Brasil, uma ameaça adicional são as versões pirata, vendidas no mercado paralelo, porque muitas vezes se desconhecem as substâncias que serão inaladas. Ou seja, melhor evitar – e não só durante o Carnaval.
7. Manhã de sol, meu iáiá, meu iôiô
O sol vai castigar a pele até a Quarta-feira de Cinzas. Quem não quiser se queimar e ficar todo dolorido e descascando depois precisa passar e repassar o protetor solar. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda utilizar produtos no mínimo com o FPS 30. Além do creme, camisetas com filtro e bonés e chapéus são sempre bem-vindos. O descuido com os raios solares não só provoca problemas mais imediatos (e incômodos), como também abre caminho a doenças potencialmente graves que aparecerão anos depois da exposição, caso do câncer de pele.
8. O que será que me dá…
Outra chateação que pode brotar à flor da pele são as reações a tintas, glitter e adornos carnavalescos. Irritação, coceira e outros sintomas que lembram respostas alérgicas não raro dão as caras junto com o suor. Nesse caso, limpar o corpo e se abster dos detalhes da fantasia são indicados – e, se os sintomas persistirem, nada melhor do que procurar o médico. Aliás, pinturas que recobrem boa parte do corpo merecem atenção extra porque impedem que a pele “respire” a contento. No mais, só vale pintar com tinta própria para essa finalidade, sob pena de se intoxicar com produtos inadequados.
9. A doença vai embora…
Vacinação em dia e as medidas clássicas de higiene não tiram folga no período. E a outra recomendação fundamental é não participar da folia se estiver com sintomas respiratórios, febre e mal-estar. Não só para não desabar por aí como para evitar que uma possível doença infecciosa se alastre. Vírus como o da covid, como se sabe, se espalham facilmente em ambientes lotados. Então cuide de si – e dos outros.
10. Quem não tem colírio…
Não é para disfarçar nada, não. Os óculos escuros são valiosos para resguardar os olhos da purpurina e dos confetes e, sobretudo, defendê-los dos raios solares. A exemplo da pele, os globos oculares sofrem com a exposição prolongada ao sol, que pode gerar lesões mais superficiais e acelerar quadros como catarata. Mais um cuidado à vista no Carnaval – e ao longo do ano todo.