Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

No ano da vacina, o mundo enfrentou males do negacionismo e autoritarismo

Ainda não se encontrou uma proteção comprovadamente eficaz contra a intolerância, o racismo e a misoginia, para ficar nos temas mais urgentes

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h33 - Publicado em 23 dez 2021, 06h00

A vacinação moderna data do fim do século XVIII, quando o médico britânico Edward Jenner criou o primeiro imunizante do mundo — contra a varíola — e o testou em um menino de 8 anos. Mais de 200 anos separam esse momento histórico da aplicação da primeira vacina contra a Covid-19 no Brasil. Em 17 de janeiro, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, inaugurou a fila dos mais de 300 milhões de doses injetadas em brasileiros no espaço de doze meses, um feito notável em vista dos atropelos e confusões do governo federal no enfrentamento da pandemia. Atualmente, 150 milhões de pessoas estão protegidas no país contra um vírus que nos últimos dois anos mudou a rotina e as perspectivas de populações do mundo inteiro. Diante da ameaça do novo coronavírus, cientistas, universidades, institutos de pesquisa, empresas da área da saúde e órgãos públicos foram capazes de desenvolver, em tempo recorde, ferramentas para combater as infecções, manter os hospitais funcionando e, o mais importante de tudo, salvar vidas.

O mesmo esforço precisou ser empreendido para atacar outros males que marcaram 2021. Nos Estados Unidos, a vacina contra o radicalismo pôs na prisão os líderes da invasão do Capitólio, em 6 de janeiro, que pretendiam impedir a posse do presidente eleito Joe Biden. A democracia, a melhor de todas as defesas, alimentou anticorpos contra a estupidez de um bando de alucinados incentivados por Donald Trump. No Brasil, as instituições foram firmes e fortes para conter as tentações antidemocráticas e os excessos do próprio presidente da República, que, entre outras estripulias, convocou um desfile constrangedor de veículos militares sucateados nas comemorações do 7 de Setembro. O Supremo Tribunal Federal, o Congresso e a sociedade forneceram os imunizantes contra a impetuosidade autoritária do presidente.

Na defesa do ambiente, a ciência tem buscado formas de reduzir os efeitos nefastos das mudanças climáticas. A vacina definitiva contra o aquecimento global ainda não veio, mas os pesquisadores estão em busca de soluções que de alguma forma diminuam a incidência de tempestades de areia, furacões devastadores e incêndios incontroláveis, eventos que marcaram 2021. Neste ano, relevantes avanços — ou seriam imunizantes? — foram dados na Cúpula do Clima, a COP26, que obrigou as autoridades globais, inclusive os negacionistas do Brasil, a se comprometer com a preservação do planeta.

Não há dúvida: 2021 foi o ano da vacina, mas há muito imunizante a ser espalhado por aí. Ainda não se encontrou uma proteção comprovadamente eficaz contra a intolerância, o racismo e a misoginia, para ficar nos temas mais urgentes. Só assim será possível olhar para o futuro com renovada esperança.

RETROSPECTIVA 2021:

Continua após a publicidade

Apesar do negacionismo de Bolsonaro, a vacina venceu no Brasil em 2021
Como o mundo começa a retomar a vida em meio à pandemia
Bando ridículo: o ataque dos radicais no Capitólio
Drama afegão: as cenas chocantes do retorno do Talibã ao poder
Os 100 anos do Partido Comunista da China
O ninho ficou vazio: a despedida de Angela Merkel do poder
Luta pela liberdade: as manifestações pró-democracia em Cuba
O grito pelo mundo: os efeitos colaterais do aquecimento global
O show das mulheres na Olimpíada de Tóquio
Beijo gay e diversidade marcaram mundo das HQs
Os melhores filmes do ano do renascimento do cinema
O coral da retomada: as frases que marcaram o ano
Memória: as despedidas que comoveram em 2021

Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.